Pesquisa revela que número de inadimplentes no setor de consórcio teve queda

 

Segundo dados divulgados pela ABAC – Associação Brasileira de Administração de Consórcio – modalidade fecha semestre em alta de quase 15% nas adesões

 

A Associação Brasileira de Administração de Consórcio divulgou neste mês de agosto que o Sistema de Consórcios registrou queda no índice de inadimplência entre os consorciados ativos e de posse de seus bens no período compreendido entre abril de 2018 e o de 2019. A ABAC acredita que a conscientização sobre a educação financeira é crescente e está provocando mudanças positivas no comportamento dos consumidores quanto ao cumprimento das responsabilidades assumidas.

No mesmo período do ano passado a inadimplência média no segmento consorcial era de 7,00%, em abril deste ano caiu 0,77 ponto percentual, chegando em 6,23%. O presidente executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi, afirma que “com o avanço do conhecimento sobre educação financeira, quando da adesão ao mecanismo, os interessados têm considerado principalmente o planejamento orçamentário para assumir novos compromissos, situação que por si já os diferencia no futuro cumprimento mensal dos pagamentos”.

A ABAC ainda divulgou que o Sistema de Consórcios encerrou o primeiro semestre do ano com aumento de 14,75% no acumulado de vendas de novas cotas, alcançando 1,40 milhão em comparação ao mesmo período de 2018, quando totalizou 1,22 milhão. Segundo Rossi, “os seis primeiros meses reafirmaram o crescente interesse dos consumidores pelo consórcio como forma de aquisição de bens ou de contratação de serviços com planejamento e capacidade de pagamento das parcelas em prazos mais longos”.

Na contramão destes dados a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou no mês de julho o resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. Segundo os dados, o percentual de endividados – com contas a pagar – ficou em 64,1%, já o percentual de inadimplentes – com contas em atraso – ficou em 23,9%. Simone Silva, gerente de marketing da KSL Associados – empresa especializada em cobrança – afirma que a inadimplência em sua maioria se manteve estável.

A taxa de desemprego, que ainda é bastante alta, ajuda a explicar a dificuldade das famílias em pagar suas contas hoje em dia. “A inadimplência, como um todo, é consequência da redução da atividade econômica do país, mais precisamente do não cumprimento das obrigações financeiras do consumidor face às dificuldades enfrentadas no dia a dia”, afirma o presidente da ABAC.

Para garantir que os acordos firmados sejam cumpridos, a KSL analisa individualmente todas as carteiras, para que assim possam traçar estratégias de acordo como perfil do inadimplente. “Na negociação buscamos treinar e preparar os operadores para ouvir e atentar-se às necessidades do inadimplente, ofertando possibilidades que realmente se adequam a ele, sem perder de vista os objetivos do credor”. Após a negociação efetivada podem ser adotadas ações preventivas e de acompanhamento até o efetivo pagamento”, afirma Simone.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor apurou também que o tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas é de cerca de 64 dias. Para Diane Venturini, gerente de atendimento da KSL, “é considerável reforçar a importância de se honrar um acordo, evitando o acúmulo de encargos e principalmente os benefícios de estar com o seu nome limpo”, finaliza.