A venda de consórcios marcou um crescimento considerável em 2020, ano de pandemia, mas que também representou um ano onde foram comercializadas 80 mil cotas no Brasil. O número, que representa uma expansão de 13,2% na comparação com 2019 e representam um volume financeiro de R$ 5,1 bilhões, foi apresentado pelo Sistema de Cooperativas Financeiras (Sicoob) e divulgado pela Forbes Money.
Itamar Filho, gerente de Consórcios do Sicoob, atribui aos números positivos graças às condições especiais nas taxas praticadas pelas financeiras. “Além da Promo Week de novembro, de abril a agosto de 2020 nós reduzimos em 10% a taxa de administração, o que atraiu muitas pessoas para este produto”, disse, completando que descontos nas semanas de promoção chegaram a 25% das taxas praticadas.
Dentro do escopo geral, o consórcio de automóveis liderou os negócios em 2020, seguido pelas vendas de cotas de imóveis e motocicletas. Nos automóveis, a taxa de administração padrão do Sicoob para não associados é de 9,50%. Sobre o perfil demográfico dos cotistas, 23% são de pessoas com idade entre 26 e 35 anos.
Em Goiás, que ficou em terceiro lugar no ranking da expansão nas vendas de consórcio, houve um aumento de 9%, porém, a demanda foi puxada pelo estado de Minas Gerais, que respondeu por 39% das vendas via cooperativas, seguida por São Paulo (14%).
Já indicadores da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) mostraram que de janeiro a novembro o avanço foi de 4,9%. O crescimento, segundo dados da Abac, começou a partir de março, e de abril a novembro, também foi possível observar a forte alta nas vendas, o que provou que a confiança do consumidor na modalidade venceu todas circunstâncias geradas pela Covid-19.
Segundo a entidade, as adesões acumuladas em 2020, avançaram 4,9% e somaram 2,77 milhões, acima das 2,64 milhões contabilizadas no mesmo período do ano anterior, tornando-se assim, o maior volume dos últimos dez anos.
O enfermeiro Juliano Moreira, que mora em Aragarças, Região Oeste de Goiás, é um dos cotistas que entram nesta pesquisa. Segundo o profissional da saúde, ele decidiu fazer um consórcio para poder comprar um imóvel dada a instabilidade atual gerada pela pandemia, mas que o assegurou a seguir trabalhando na sua área.
“Todos nós percebemos que o ano foi muito difícil para muitas pessoas, muitos ficaram sem empregos e fontes de renda, e mesmo pra mim que continuei com o emprego, não foi fácil lidar com a Covid-19. Pensando nisso, eu decidi me apegar a algo, um compromisso que me renderia algo fixo no futuro, então não pensei em nada melhor do que um consórcio para poder dar entrada em um imóvel, que também sempre foi meu sonho”, assegurou Juliano. Ainda de acordo com o enfermeiro, faz 10 meses que ele paga pelo consórcio e em breve conseguirá o montante suficiente para dar entrada em um imóvel.
Edemilson Koji Motoda, presidente do Grupo KSL, empresa que atua neste ramo de negócios em relação às cobranças, também falou que acredita que esse aumento mostra a importância do segmento para o mercado. “O consórcio vem se fortalecendo ano a ano como uma importante forma de aquisição de bens, sem juros e de forma muito transparente e confiável”.
Inadimplências
Em relação à inadimplência entre os contemplados segue demonstrando uma tendência de queda desde julho de 2018, entretanto, em abril e maio a taxa chegou à 6,28% e 6,24% respectivamente, segundo dados do Banco Central.
“É natural que no início da pandemia, muitas pessoas ficassem ansiosas e temerárias com a atual situação do país e do mundo. Diante de um cenário de incertezas, uma das primeiras ações é cortar gastos buscando efetuar reservas financeiras e isso se refletiu nos indicadores de inadimplência”, explica Edemilson.
Acompanhando diariamente estes indicadores, a empresa que é especializada em crédito e cobrança, reforça a importância de estratégias personalizadas e adequadas a essas situações desse tipo. “Procuramos sempre esclarecer as principais dúvidas dos consorciados e a importância de manter as contas em dia, evitando acúmulo de encargos e consequentemente comprometendo ainda mais sua renda”, finalizou o especialista em cobrança.